sábado, 2 de outubro de 2010

Felicidade

Guilherme de Almeida

Ela veio bater à minha porta e falou-me a sorrir, subindo a escada: "Bom dia, árvore velha e desfolhada" e eu respondi: "Bom dia, folha morta"
Entrou: e nunca mais me disse nada...
Até que um dia (quando pouco importa!) houve canções na ramaria torta e houve bandos de noivos pela estrada...

Então chamou-me e disse:"Vou-me embora Sou a felicidade! Vive agora da lembrança do muito que te fiz”

E foi assim que em plena primavera, só quando ela partiu contou quem era...
E nunca mais me senti feliz...

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